Poder Global e Religião Universal II
Juan Claudio Sanahuja
2ª. edição – aumentada – julho de 2017 – Editora Katechesis
Sobre o livro
É um livro relevante e impactante. Em 340 páginas o autor aborda de maneira clara e objetiva o que a Nova Ordem Mundial representa para o mundo cristão. Mas não é só isso. Munido de informações seguras o autor demonstra como o projeto de governo mundial totalitário se esconde na falsa promessa de defender a liberdade e os direitos humanos.
Se a Nova Ordem Mundial fosse uma máquina, poderíamos dizer que esse livro é a descrição de muitas de suas peças e a explicação de muitas de suas funções.
O autor apresenta farta documentação onde se lê nomes de: pessoas, países, organizações nacionais e internacionais, cúpula de banqueiros, políticos, empresas em geral, agendas e programas de governo, acordos internacionais, financiadores da reengenharia social anticristã etc. E também os nomes proeminentes de uma certa ala ecologista/panteísta.
O primeiro parágrafo do Capítulo I já demonstra a coragem do autor e a gravidade do assunto:
“Nas chamadas grandes conferências internacionais dos anos de 1990, organizadas pelas Nações Unidas, forja-se um projeto de poder global, um projeto de poder totalitário”.
O autor demonstra como ocorre a tentativa de imposição de pensamento único para o mundo, e denuncia que a militância disso está atropelando a soberania dos países, suas leis, costumes, crenças, cultura. O autor observa que “O esvaziamento das crenças religiosas se dá pouco a pouco: trata-se de uma infiltração dissimulada por motivos elevados”. Tudo em nome de uma bandeira dita “progressista” e defensora dos direitos humanos e da liberdade.
O autor analisa o ateísmo militante da Nova Ordem Mundial e deixa bem claro que, para um cristão, há princípios inegociáveis. E entre os princípios inegociáveis está o direito à vida (o livro aprofunda bem esse tema).
O autor descreve a guerra às religiões, todas elas, principalmente as cristãs. Explica que, além do ataque externo, o cristianismo está sendo solapado internamente (dentro de cada religião cristã) por pessoas que endossam, sem nenhum questionamento, os novos paradigmas religiosos ditados pelo projeto global de dominação.
Há uma luta camuflada de boas intenções que, segundo o autor, já ultrapassou aquele limite mais moderado que se convencionou chamar de “ditadura do politicamente correto”. Há casos em que a guerra é declarada. Entre os exemplos o autor cita uma importante personalidade de renome internacional que, em 24/4/2015, na sexta cúpula anual Women in the World, no Lincoln Center de Manhattan, disse:
“Os códigos culturais profundamente arraigados, as crenças religiosas e as fobias estruturais hão de ser modificados. Os governos devem empregar seus recursos coercitivos para redefinir os dogmas religiosos tradicionais”.
Sobre o autor
Juan Claudio Sanahuja (1947-2016), padre católico (monsenhor), jornalista, escritor, Doutor em Teologia. Autor de três outros livros importantes: O Desenvolvimento Sustentável, Nova Ética Internacional e Cultura da Morte: o Grande desafio da Igreja.
Em 2011 o Papa Bento XVI outorgou-lhe o título de Capelão de Sua Santidade, por seus trabalhos pró-vida e pró-família.
Conclusão
É um livro/documentário esclarecedor e estarrecedor, para cristãos e não cristãos. A segunda edição está recheada com 415 notas de rodapé, para que o leitor não fique perdido em alguma citação. E para os mais interessados traz ao final dois anexos: a Bibliografia Geral (108 indicações) e a Bibliografia ONU/OEA/ONGs (111 itens).
Tentar imaginar como será ou seria a tal “religião universal” é trabalho inútil, pois isso não tem a mínima importância para a Nova Ordem Mundial. Para atingir seus objetivos ditatoriais vale tudo: sincretismo, panteísmo, reinterpretação de direitos, criação de novos paradigmas éticos e religiosos, relativismo ético, mas, sobretudo, ausência de dogmas. Nesse novo mundo os teólogos estão dispensados, basta que se tenha uma boa equipe especializada em reengenharia social anticristã.
Diante desse livro podemos ter várias atitudes. Podemos discordar do autor, e acusá-lo de ser demasiadamente conservador. Podemos discordar de seus pontos de vista teológicos, se tivermos religião diferente daquela professada por ele. Podemos também ser agnósticos e assim recusar o debate religioso.
Entretanto, por mais discordância que tenhamos, um mínimo de amor à verdade dos fatos é suficiente para perceber que a denúncia é grave e está bem documentada. O autor demonstra com fatos concretos que a liberdade religiosa está sendo gradualmente extinta pela força coercitiva de diversos governos e a cumplicidade de alguns setores da sociedade. E isso não é opinião, não é ponto de vista religioso. É fato observável. É o surgimento de um Estado totalitário, abrangente, mundial.
Enfim, os documentos apresentados no livro apontam que há, em pleno curso, um projeto mundial de poder totalitário: real, criminoso e antidemocrático.